Nunca fui adepta aos furtos em mercados como todas as crianças da minha época eram. Roubar brindes e surpresas do danoninho, do sucrilhos e de outras coisas, pra mim, não tinha a menor graça, já que eu sempre tive tudo.
Porém, meu primeiro furto tinha que acontecer um dia e, como boa garota mimada criada a leite Ninho e Sustagem (como diria MV Bill), tinha que ser de alguma coisa mais digna em um lugar mais digno.
Eu tinha 14 anos quando fui pela segunda vez para a Disney. Era pra ser uma viagem de formatura com a minha turma de 8ª série, mas eles iam “só” para a Disnehttp://www.blogger.com/img/blank.gify http://www.blogger.com/img/blank.gife a proposta da minha mãe era muito mais tentadora: 20 dias viajando pela Flórida, incluindo a Disney.
Óbvio que eu optei pela viagem mais longa, que incluiria as regalias e liberdades oferecidas (e patrocinadas) pela minha mãe. Em outras palavras: enquanto meus amiguinhos teriam que estar dormindo no hotel às 10h da noite, eu estaria curtindo o Hard Rock Café, jantando no Rosie O’ Gradys, passeando pelo Bayside, enfim, estaria me divertindo e ganhando todos os bichinhos, lembrancinhas, tênis, eletrônicos e CDs que quisesse.
CDs: esse era um assunto que me interessava muito naquela época, especialmente naquela viagem (assunto pra outro post). E foi assim que, em busca de um CD bacana, entrei numa loja maravilhosa no Bayside, em Miami. Eu queria todos, mas minha mãe me limitou à compra de um e o escolhido foi o Nevermind, do Nirvana.http://www.blogger.com/img/blank.gif
Na saída da loja, havia um display com umas revistas grandes, com capa bonita (estilo Rolling Stone) em exposição. A capa era do Nirvana e eu, obviamente, peguei a minha e saí andando.
Li a revista inteira e, durante anos, ela ficou guardada em casa, dentro de uma caixa junto com os diversos números de Rock Brigade, Tribo, Fluir, Inside e Bizz, que minha tia assinava pra mim. Até o dia em que resolvi jogar um pouco de lixo fora (eu já disse aqui que sou lixeira uma vez), a começar pelas revistas de rock e surf que já não me atraíam tanto.
Foi nesse dia que peguei novamente a revista do Kurt na mão e, qual não foi minha surpresa, ao perceber que a revista que eu tinha pego gratuitamente na porta da loja não era gratuita e custava US$ 11!
Pois é, guardei por mais algum tempo o objeto do furto que exibia para minhas amigas dizendo: “Essa revista aqui, ó, eu roubei em Miami.” e foi assim que, por algum tempo, me senti uma adolescente infratora, praticamente a filha do Fernandinho Beira-Mar.
But nevermind, I’m not a thief anymore....
2 comentários:
oi, que bom que voltou. meu nevermind minha mãe me deu após uma crise de choro, não por causa do nevermind. vim (sem minha mãe) de curitiba a ribeirão ouvindo, não entendendo muito, e meu pai detestando.
É, foi minha mãe quem me deu o Nevermind, mas também odiou, acho que se arrepende até hoje.
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