terça-feira, 23 de dezembro de 2008

Natal...

Quem não tem fim de ano assim não tem história...

Fim de ano chegando e com ele coisas impagáveis...

...listas de presentes de amigo secreto, incluindo presentes como pijama da Puket, com bichinhos fofos.

... listas dos 10 mais.

... flas pra escolher, filas pra comprar, filas pra pagar, filas pra estacionar, filas.

... fraternidade entre pessoas que mal se olham no dia-a-dia.

... todo mundo se ama, todo mundo é de todo mundo e todo mundo se quer bem!

... festas de despedida dos que se vão.

... festas de fim de ano.

... Chester (Alguém já viu a foto de um chester vivo? Ele só nasce na época do natal?), champanhe, farofa, maionese, papai noel, duendes, fadas, roupa branca, show da virada com Faustão e Ivete Sangalo.

... o espírito de Natal invadindo todos os programas de TV, do Brothers, de Supla e João, ao Gugu.

... especiais de Natal da Xuxa, da Hebe, do Luciano Huck, da Angélica, da Luciana Gimenez, do Ronnie Von, e claro, do rei..

Com vocês, RC e MC Leozinho!






Uma poesia "realmente" bonita... hahahaha

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Eu e o jornalismo

Minha relação com o Jornalismo vem de bastante tempo e não é nada boa. Eu não sou jornalista (que normalmente sabe de tudo), mas tenho uma boa definição pra profissão.

Jornalista: pessoa, graduada ou não, que ganha espaço e dinheiro fazendo seus trabalhos escolares. Sim, seu trabalho de escola, quando publicado em algum veículo de comunicação, vira uma matéria e você é chamado jornalista. Em todas as vertentes, seja no jornalismo escrito, no fotojornalismo, no rádio ou na TV, este profissional julga saber de tudo, do nome de todos os afluentes do rio Amazonas ao nome da cantor afegão preferido de Osama Bin Laden, sem deixar de lado o nome de todas as empresas que estão com ações em alta no índice Dow Jones.


Outra tarefa deste profissional (?), especialmente como usuário da língua, considerando-se só por isso um lingüista ou gramático, é criar novas regras para a língua portuguesa. Isso, quatro anos de Letras pra que, se eu fiz Jornalismo?!Entre as regras do acordo jornalístico (ou do infeliz Manual do Estadão), destaco:

1. Século não se escreve em algarismos romanos, mas em arábicos. OK, então por que aprendemos os números romanos no colégio? Só por aprender? Ah, se é só por aprender, deveríamos aprender os números em japonês, hebraico... só por aprender....

2. Não se usa número por extenso em texto. A regra é clara: de 0 a 10 e após 1000, pode ser usado, fora isso não. Ah tá, entendi, número por extenso só em cheque! E como eu não costumo passar cheque de onze reais, nem de vinte e cinco mil, não sabia dessa regra!

Como estudioso da língua, ele acrescenta muito a ela e, conseqüentemente, a nós ao citar frases como: 'Olha, o estagiário desceu lá embaixo pra olhar.' - Bom saber que ele desceu lá embaixo, se tivesse descido lá em cima, eu ia responder sim à pergunta 'Quer que desenhe pra você entender?'.

Enfim, como escreveria uma jornalista que conheço, 'acho que descordamos' em relação a muitas coisas, principalmente, à língua e ao conhecimento.

Até agora, esse é o jornalismo que eu conheço:

Pareceria com Elis Regina?! Marcelo Campelo?! Pra fazer parte da banda tem que ter barba?!



Viva Amarante!!!



E a melhor...



Se alguém conhece algum outro tipo de jornalismo, por favor, me apresente!


* João, acho que você é o único jornalista que eu conheço que lê esse blog, então, desculpe, esse texto não é pra você e tenho certeza que não tem nada a ver com você.

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Laços eternos

No pré, todas as aulas de amarrar tênis (sim, eu tinha uma aula para amarrar tênis), pra mim, eram as piores.

A professora Denise, uma versão obesa e nervosa da Xuxa, chamava aluno por aluno e, num tênis feito de madeira, ia ensinando a passar o cadarço e, finalmente, dar o laço.

Eu tinha um problema: meus tênis eram Bubble Gummers. Como eram feitos para crianças, além do cheirinho de chiclete, ainda tinham a vantagem de, no lugar do cadarço, ter um velcro. Sendo assim, aprender a amarrar tênis pra quê?



Bom, saí do pré sem saber fazer isto e,como eu sempre tive pé pequeno, essa minha ignorância durou um bom tempo... Até eu ter que me render ao tênis que a maioria das crianças e adolescentes da minha época usavam: o Nike air.



Agora eu não tinha opção, amarrava ou amarrava, mas graças a Deus, eu tinha (e ainda tenho) vô. Todos os dias antes de ir para a escola, era ele quem cumpria o ritual de amarrar o meu tênis. Eu, como toda netinha mimada, ainda exigia que o laço fosse bem forte pra não desamarrar durante todo o dia que eu estivesse fora.

Fato é que agora, aos 27 anos, sou forçada a amarrar meus tênis e consigo, com muito sacrifício amarrar mal e porcamente, principalmente quando o calçado insiste em não colaborar, como é o caso do meu Mary Jane.




Ele é bonitinho, mas o cadarço é uma desgraça... Eu faço um laço duplo, graças à extensão do cadarço, e eles desamarram nos momentos mais inconvenientes: dentro do ônibus lotado, no meio da Paulista, no elevador... Por isso, procurei na internet formas alternativas de dar laço em cadarços sem que eles se soltem e encontrei um guia para amarrar tênis e passar cadarço de todas as formas possíveis.

Estou testando e assim que descobrir a forma mais adequada ao meu tênis e a minha capacidade motora, mando um e-mail para agradecer ao criador do site.

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

A música gospel e o rock

No tempo em que não existia Mara Maravilha, Diante do trono, Aline Barros, Soraia Moraes e outros intérpretes, a música gospel (protestante) era cantada na voz cheia de vigor de negras, sem melismas, e o ritmo era dado pelos corais que as acompanhavam.

Entre estas vozes, na minha opinião, duas se destacavam: a da empregada doméstica que se tornaria uma das divas do jazz, Mahalia Jackson e a de Sister Rosetta Tharpe.

Nascida em 1915, Sister Rosetta Tharpe não se destacou apenas por sua voz, mas ao contrário do que acontece hoje em dia, teve seu nome reconhecido graças ao seu pioneirismo na música gospel e à inclusão do rock (deve ser considerada aqui a origem do rock dos anos 30 e 40, não pense em White Stripes) por meio de sua guitarra.

Com isso, a original soul sister conquistou pessoas do meio protestante e secular, influenciando artistas como Elvis Presley e Jerry Lee Lewis, mas também foi contra membros mais conservadores da Igreja.

sábado, 6 de dezembro de 2008

Que saudades das minhas fitas-cassete... Só as melhores do meu dial

Quem se lembra das antigas fitas-casette?! Sim, aquelas que você enfiava uma caneta bic no furinho e ia rodando pra voltar... Aquelas que você podia gravar, gravar de novo em cima e gravar mais uma vez até, finalmente, ter que grudar as pontas que arrebentavam com durex...

No tempo em que o rádio era bom, quando ainda era possível ouvir Brasil 2000 e a Rádio 89 era a rádio do rock, quando achava uma vazia, eu colocava correndo no toca-fitas e esperava a música, que já havia sido anunciada pelo locutor antes de apertar o REC e, é claro, sempre cortava algum pedaço da música ou gravava um pedaço da vinheta (sem falar que, às vezes, o infeliz do locutor falava alguma asneira bem no meio da música )!

Enfim, remendando fita, gravando mil vezes em cima, gravando vinheta, locutor ou cortando toda a introdução de Patience, quando Axl Rose passa quase meio minuto assobiando era realmente uma emoção, bem mais emocionante do que entrar no rapidshare ou em qualquer outra bagaça dessa, digitar o nome da música e clicar em
download.

Para quem está com saudades de gravar uma fitinha, aqui está a dica: Mixwit!

Essa é a minha versão atual, talvez eu gravasse estas se tocassem no rádio hoje...


MixwitMixwit make a mixtapeMixwit mixtapes

As raízes do rap americano

A banda The roots foi uma das poucas coisas boas que conheci durante o período de 2 meses que trabalhei num escritório de advocacia na Vila Mariana.

Recém-formada em Letras, sem licenciatura, e desempregada, aquele emprego veio a calhar: seiscentos reais pra quem não tava ganhando nada era um bom negócio.

O problema é que eu fiz curso pra ser tradutora, revisora, no máximo professora, não recepcionista, secretária, telefonista e, por isso, odiava a idéia de ir pra Vila Mariana todos os dias às 8 da manhã.

A única coisa que me deixava um pouco menos triste era o fato de saber que o boy da "empresa", o Maicon (assim mesmo) ia estar lá. Explico: o menino de 16 anos, morador da Zona Leste (ou um pouco mais pra lá) era alucinado por hip hop e fazia umas discotecagens no tempo livre pra ganhar uma grana, além de jogar basquete de rua e ir aos sábados para a Mood pra se divertir.

Durante a tarde, quando ele voltava do INPI, o advogado saía pra almoçar e a secretária ficava por lá pra atender o telefone, íamos para uma outra sala, a única com um computador em todo o escritório, e ficávamos ouvindo várias coisas interessantes de RAP, coisas que eu nunca tinha ouvido falar... de Talib Kweli a Diplomats Dip-Set, passando por Tupac, entre outros.

A banda preferida do Maicon acabou se tornando a única banda de hip hop americano que eu gosto, The roots.

Vindos da Filadélfia, não trazem um simples rap, como o que já conhecemos (e que não vale muito a pena ouvir), com um DJ e um MC (e mulheres pra todos os lados nos videoclipes), tipo 50 Cent, sabe?! A banda tem uma pegada mais jazzística, dada principalmente pelo toque instrumental, e apresenta influências do R&B, além de, por vezes, contar com a participação de artistas como Erykah Badu, Eve, Mos Def, entre outros.

Sim, existem coisas boas no rap americano e esta é uma delas: ‘You got me'.

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

O dia em que Chaplin encontrou Tom Jobim

Em 1991, eu estava na 4ª série e a novela mexicana infantil Carrossel estreava no SBT. Na mesma noite, na TV Globo, estreava O dono do mundo e eu, como péssima noveleira, preferi ver a produção global a assistir a produção da Televisa que trazia na abertura todas aquelas crianças uniformizadas (como eu, já que na 4ª série eu estudava numa escola particular que me obrigava a usar um uniforme todo azul e fazia com que eu e meus amiguinhos fôssemos chamados de Smurfs por todas as ruas da Liberdade), ao som do grupo Super Feliz, que interpretava ‘Embarque nesse carrossel...’, além da clássica chamada feita pela querida professora Helena (que parecia ser a única professora de toda a Escola Mundial).

A novela foi reprisada diversas vezes, mas não consegui ver nada além de trechos da trama, mas eu me lembro bem que trazia temas bem parecidos com os da Malhação, como religião, drogas, racismo, namoro...

Mas Carrossel merece um outro post. Carrossel não, Malhação (essa eu assisti)!

Já a novela global... Ah, essa fez parte da minha infância...

Foi graças a ela que eu descobri como o Canadá, mais precisamente Québec, deve ser lindo, já que os primeiros capítulos da trama se passam lá. Inclusive, foi lá mesmo que Márcia (Malu Mader) ficou, pela primeira vez, junto com o vilão Felipe Barreto (Antônio Fagundes), após abandonar o noivo Walter (Tadeu Aguiar) (pronto, confusão arranjada!).

A trama tinha uma trilha sonora que superava o enredo e foi nela que eu ouvi, pela primeira vez, a maravilhosa Codinome beija-flor, na voz de Luiz Melodia, que embalava as cenas de Beija-flor (Angelo Antonio) e... Letícia Sabatella (como era mesmo o nome da personagem?), sem falar na versão de Unforgettable, interpretada por Nat e Natalie Cole, entre outras...

Mas a abertura superava qualquer enredo ou trilha sonora. Nela, recuperava-se uma cena de O grande ditador, trazendo Chaplin fazendo diversas estripulias ao som de Querida, interpretada por Tom Jobim.


quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Kandinsky e a lingüística



Quando fiz história da arte na FAAP, um dos artistas que mais me chamaram atenção e que me deram vontade de pesquisar foi Wassily Kandinsky.

Nascido em Moscou, em 1866, o artista foi o fundador do Blaue Reiter e inspirou-se na cultura oriental para recusar o racionalismo e o Cubismo, baseando-se numa estética voltada para o signo e para a força simbólica do espírito.

Em 1910, pintou sua primeira Aquarela abstrata e, a partir de então, ingressa numa fase em que sua arte se inspira na música. De 1912 a 1914, participou do Blaue Reiter, grupo de artistas do Expressionismo alemão, de Munique, cujo objetivo era a expressão da visão pessoal do artista por meio de qualquer forma que julgasse apropriada.

Kandisnky era um místico, contra os valores do progresso e da ciência e buscava a reconstrução do mundo por meio de uma nova arte, a arte abstrata. Para ele, a forma geométrica é pré-padronizada e estamos familiarizados a ela, assim, pode ser utilizada independente de seu significado conceitual originário. Desse modo, de acordo com as circunstâncias, uma mesma forma geométrica adquire diferentes significados.

Em Do espiritual na arte, o artista afirma que “Um triângulo dividido em partes desiguais, a menor e a mais aguda no ápice, representa esquemática, mas suficientemente bem a vida espiritual.”, desse modo, ao colocar lado a lado na Composição VIII (figura acima) triângulos e círculos, o artista cria tensões diferentes, pois provocando tensões e movimentos ilusórios e imprecisos. A soma destas tensões desejadas e ordenadas cria o que o artista chama de Composição, cuja finalidade é a expressão de uma sonoridade total.

Esta Composição apresenta também elementos de formas abstratas, o ponto e a linha. O ponto é considerado a menor forma, o vínculo entre o silêncio e o verbo. Segundo Kandinsky, as linhas horizontais teriam como resultado de um movimento a calma fria e as linhas verticais, calma quente. As linhas diagonais, que são inúmeras nesta composição, estão relacionadas à linha horizontal e à vertical, reunindo as duas calmas, as tensões das duas linhas. As linhas horizontais teriam ainda ligação ao terrestre, ao mundo uniforme, devido a sua característica de nivelamento, enquanto a linha vertical estaria ligada ao divino, unidade divina. O encontro das duas (o ângulo reto dos triângulos) seria então o encontro do divino com o terrestre sem se interpenetrarem.

Para Kandinsky, “a cor é percebida opticamente, vivida psiquicamente”. Assim, o olho sente a cor e é fascinado por sua beleza.

É interessante observar neste quadro, como o azul, que representa o obscuro, aparece inúmeras vezes próximo ao amarelo, seja contornando o círculo ou preenchendo o círculo contornado de amarelo, criando uma relação associada ao dia e à noite, assim o que teria tendência a se afastar, acaba se aproximando.

Para que seja feita uma composição realmente harmônica é necessário que se tenha não só uma cor, mas um tom determinado da cor e principalmente uma forma, uma superfície delimitada em relação às outras cores. As cores intensificam e reforçam o movimento das formas e vice-versa.

As formas aparecem nesta composição desordenadas, sem lógica, sem significado, mas, por outro lado, os significantes apresentados são cheios de sentido. O que o artista pretende é que se tome consciência da realidade e do fenômeno. A obra, apesar de parecer apenas um geometrismo sem sentido e incompreensível provoca estímulos no observador, transmitindo não mais formas e cores, mas força e movimento.

Com o seu geometrismo, Kandinsky pretende estabelecer a fenomenologia do existente numa morfologia clara, buscando um conhecimento superior. Argan afirma que “A problemática de Kandinsky se torna cada vez mais especificamente lingüística; a cada vez que se tem algo a dizer, não se cria uma linguagem do nada, mas a estrutura da linguagem se transforma continuamente porque as velhas palavras, agora inexpressivas, são captadas no fluxo da existência. Triângulos, círculos, retas, curvas e espirais são 'imagens conceituais', que se reconvertem em fenômenos na medida em que são mostradas naquele tamanho, naquela cor, naquele ponto do quadro, naquela relação com os outros signos. Assim, uma linguagem geral ou comum, social, volta a ser individual e específica.”

Para Kandinsky, “a verdadeira obra de arte nasce do 'artista'”, nasce da necessidade do artista de colocar pra fora o que vai dentro dele. Na verdade, o tema é superado e submetido à composição, se cala, dando lugar à força da cor e à expressão do significado interior do artista.

Forma e cor não tem sentido, mas o que faz sentido na obra de arte é a expressão do interior do artista.


segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Axé pra quem tem fé!

Não, pára o mundo que eu quero descer! O que está acontecendo aqui?

Eu não sou católica e sei que, como todas as religiões, esta tem que se atualizar, mas acho que tem um certo limite...

Tudo começou com o saudoso Padre Marcelo Rossi interpretando seu clássico Erguei as mãos e levando seus inúmeros fiéis a fazerem a famosa aeróbica do Senhor. Imitando os evangélicos, que já haviam apresentado o rock, o reggae e outros ritmos do Senhor, o padre criou fama, instaurando um novo movimento na Igreja católica, tornando-a pop. Depois disso, foram gravações com Claudia Leite, Belo, KLB, Ivete Sangalo, Xuxa e outros artistas populares.

Porém, acho que o padre pop, que tem site próprio, gravou CDs, lançou livros, cantou Como é grande o meu amor por você, mas não foi recebido pelo papa, não contava com a aparição de uma concorrente a sua altura: Jake.

Misto de Daniela Mercury, Ivete Sangalo, Maria Bethânia e Padre Marcelo Rossi, ela não tem site - no máximo mantém um blog, em que assina como 'Jake guerreira do amor', não cantou com Xuxa, mas poderia muito bem ser a próxima Claudia Leite. Adepta do axé, a cantora católica, acompanhada por um grupo de dançarinas - as guerreiras do amor, puxa trio elétrico em Caruaru, se apresenta nos programas da Rede Vida e participa de celebrações como o Católica Fest, apresentando seu show 'Viva Cristo! A festa do axé católico'. Em todas as apresentações, seu maior sucesso... Pó para co pó