Se tem uma coisa sem graça no CD é a falta de lado B. Nos vinis tinha, nas fitas tinha, em alguns DVDs têm, mas no CD não.
O lado B era aquele lado do disco que todo mundo ouvia por último e que normalmente trazia as melhores músicas, mas que não eram e nunca foram hits, nem estiveram entre as mais votadas.
Um dos discos que lembro bem do lado B é o Xou da Xuxa 1 (sim, este mesmo). O lado A tinha todas as músicas que tocavam no seu programa matinal, enquanto o lado B tinha, entre outras coisas, uma versão da música Black Orchid, do Stevie Wonder, chamada Miragem viagem, interpretada por Patrícia Marx, na época integrante do Trem da alegria. A música realmente era uma viagem; a letra era até bem clichê, uma canção de amor, com versos do tipo “No momento em que está sentindo amor, o amor é natural”. A letra não era boa... mas a melodia... Bom, simplesmente surreal. Não sei, mas eu, com todos os meus 5 ou 6 anos, viajava psicodelicamente, como se tivesse tomado umas boas doses de ácido ao som de frases do tipo “Miragem, viagem, já sabe o que é real...Segredo, brinquedo...”.
Mas o engraçado é que existem músicas que são fadadas ao lado B, graças ao sucesso da faixa-título ou de outros hits do lado A, mesmo que muitas vezes sejam bem melhores do que os sucessinhos.
Geraldo Vandré, por exemplo, com certeza, seria outro e talvez continuasse sua carreira até hoje (sem traumas) se, ao invés de terem ouvido Pra não dizer que não falei de flores (aquela música de passeata de profesor), as pessoas tivessem ouvido “Aroeira”.
Um comentário:
Os vinis ainda têm lados B, q realmente fazem falta em CD's... sempre foram um refúgio pras músicas obscuras das bandas de rock... muitas vezes praticamente um outro disco...
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