sexta-feira, 30 de abril de 2010

Meus primeiros passos na bebida...

Nunca ouvi ninguém dizer que foi pra Oktoberfest (a de Blumenau mesmo, não da Alemanha) aos 10 anos, mas eu fui!



Enquanto todos os meus amiguinhos passavam o feriado do dia das crianças na casa de alguma vó no interior ou no Guarujá (a praia da moda na época), eu passei alguns dias andando com uma caneca de chopp pendurada no pescoço em uma festa, digamos... muito animada.

A primeira parada, antes de chegar ao destino tão esperado, eu acho que foi numa tal de Fenarreco... Pra mim, aquilo foi bem sem graça e me desanimava totalmente da viagem.

A animação começou quando o guia disse a palavra "chopp". Sim, finalmente iríamos para algum lugar beber! Iríamos pra Fenachopp, em Joinville!

Pronto! A festa ia começar e tenho que explicar por quê: viajávamos (não sei por quê, até hoje me pergunto) com parte da torcida da Portuguesa, o que equivale a dizer que 2/3 do nosso ônibus (sim, fomos de ônibus SP-Blumenau) era de torcedores que só pensavam em cerveja e futebol, óbvio.



As músicas entoadas no ônibus durante o trajeto eram um anúncio do que viria a ser aquilo, pois eram bem parecidas com as do estádio, lógico que devidamente adaptadas ao tema "cerveja". Lógico que eu, apesar da pouca idade, decorei uma pra cantar pros meus amiguinhos da escola: "Porra, caralho, vai se foder! Paulista que é paulista bebe chopp até morrer!".

Chegando a Joinville, o clima "alemão bêbado", que tomava conta da cidade, tomou conta de todos nós e foi ali que compramos nossas canecas pra pendurar no pescoço e nossos chapéus cheios de bottons que representavam Fritz, Fridas, bandeirinhas a Alemanha, do Brasil, canequinhas... Enfim, todos viramos Fritz e Fridas.

Nunca mais me esqueci dos primeiros versos da música que era tema da festa: "Joinville tem Fenachopp! Muita festa e diversão! Joinville tem Fritz e Frida! Muito chopp, de caminhão!". Lógico que tinha uma versão em alemão que eu não me lembro, apesar de ter decorado já que todos ganhamos a letra pra cantarmos juntos no salão. Mas o melhor ea a versão em português cantada pelos alemães: "...Muita fest und diverson... Tem Frrrritz und Frrrida... Muito chopp, de caminhon!".




Em Blumenau, a coisa mudou um pouco: festa grande, pra turista, alguns poucos alemães e muita, muita cerveja.

Além dos bêbados andando pela rua, completamente sem noção de nada, lembro que o que mais se via por ali era... vidrinhos de Epocler! Sim, após beberem chopp diretamente do barril ou numas coisas que pareciam pipetas de laboratório de química, as pessoas se enchiam de Epocler, Engov, Plasil...

Na Oktoberfest, tudo igual às outras festas: muito chopp, muita festa, muito chucrute com salsichão, muito einsbein, muito bêbado... Tudo igual se não fosse pelo alemão vestido de mexicano, com direito a sombrero e tudo! Nunca me esqueci daquela figura capaz de dormir em pé, sem se encostar, apenas se equilibrando no próprio eixo...

Mas e eu, com meus 10 anos nessa bagunça? Eu?! Mesmo não tendo colocado uma gota de cerveja na minha caneca (que na época foi usada só pra tomar coca, já que o leite era na mamadeira ainda - mas isso é pra outro post!), mesmo sendo uma chata que não comia nada além de batata, pra variar, me diverti muito vendo tanta gente bêbada caindo, cantando, dançando, passando mal, dormindo... e voltei de lá sabendo que Prost, não era o piloto de Fórmula 1.



Prost!

Um comentário:

Imira disse...

hahahaha, muito bom!