quinta-feira, 21 de outubro de 2010

MP(I)B - Música Popular (Instrumental) Brasileira

Nunca prestei muita atenção em música instrumental. Tirando o jazz, o máximo que ouvia de instrumental era Moacir Santos, Raul de Souza e Zimbo Trio. Porém depois de ouvir Menahan Street Band e Tortoise, comecei a bem mais prestar atenção também ao que anda sendo produzido de música instrumental no Brasil agora. E pasma, descobri que há muita banda nova (de gente nova, jovem!) fazendo música instrumental da boa...

Tipo?

Tipo isso...

1. Hurtmold: Formada em 1998, a banda de São Paulo parece (e muito!) com Tortoise - o que é muito bom e não tira seu mérito, óbvio! Percussão, teclado, guitarra, baixo, trompete criam um som orgânico, que serviu de base para o álbum solo de Marcelo Camelo.



2. Trio Esmeril: Formado há pouco tempo e reunindo o baterista da Hurtmold Maurício Takara, o guitarrista e produtor cearense Junior Boca e o trompetista Gui Mendonça (Guizado), o Trio Esmeril apresenta releituras dos afro-sambas de Baden e Vinicius numa pegada mais jazz.



3. A Banda de Joseph Tourton: Banda de Recife, a Joseph Tourton parece ter saído dos anos 1970, numa mistura de King Crimson, com certo swing e certa inquietação. Segundo jornalistas locais, fazem parte da geração pós-manguebeat.



4. Rivotril: Conheci a Rivotril numa apresentação de Vitor Araújo no Centro Cultural Rio Verde (recomendo muito conhecer o CCRV!), na verdade uma prévia do show que fariam juntos no Auditório do Ibirapuera no dia seguinte, e me encantei logo de cara! Formado por Júnior Crato (flauta, sax), Rafael Duarte (contrabaixo) e Lucas dos Prazeres (feríssima na percussão), vindos também do Recife, o grupo vai do popular ao erudito, tudo com muito tempero regional.



5. Guizado: Gui Mendonça, o Guizado - participante e parceiro de várias bandas, em companhia do seu trompete parece transpor para a música imagens da paisagem urbana de SP. A primeira vez que ouvi foi no show da Nação Zumbi, em comemoração aos 15 anos de "Da Lama ao Caos" e achei meio psicodélico demais. Cheguei em casa, baixei e quando vi, gostei muito mesmo. Junto com o som do trompete, o músico alia diversos sons eletrônicos produzidos por ele mesmo, dando um ar futurista e inclassificável à música.



6. Vitor Araujo: o pianista recifense que sobe no piano de All Star e é criticado por muitos músicos eruditos. Falem o que falar, o menino toca muito, de Villa-Lobos à Radiohead, e não é chamado de "revelação" à toa.



7. Macaco Bong: o trio cuiabano toca um rock instrumental, fundindo os arranjos da música popular com o jazz. Sensacional!



8. Buguinha Dub: Mais um que conheci no show comemorativo da Nação, o produtor Buguinha Dub reúne em sua Vitrola Adubada a música brasileira e a jamaicana, representada pelo reggae e pelo dub. Unindo diversos equipamentos como gravador multitrack, reverbes de molas, e um notebook, consegue produzir sons bem ousados, mas muito, muito bons.




* Mais sobre Rivotril e Vitor Araújo em post do abandonado Morada Boa.

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