quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Mais uma Maria…

Quando se fala em Modernismo no Brasil, pensamos em: Semana de 22, Tarsila, Anita, Monteiro Lobato, Oswald de Andrade…

E Maria Martins? Alguém já ouviu falar? Não, ela não foi mais uma dona Maria dessas que ficavam bordando e que ficaram chocadas com o Modernismo brasileiro, muito pelo contrário…

Maria de Lourdes Faria Alves Martins, Maria Martins foi uma artista à frente de sua época.

Nascida em 1894 em Minas Gerais, a escultora começou a produzir num período um pouco posterior ao de Tarsila, mas nunca obteve muito reconhecimento no Brasil – tendo feito oito individuais nos Estados Unidos e uma em Paris, contra apenas três no Brasil.

Em seu trabalho, de tendência surrealista, a artista olha para o Brasil com uma visão de fora – um olhar parecido com o dos poetas românticos brasileiros, talvez -, recorrendo muito ao universo mítico do país. Assim, o Brasil que busca retratar é um país mais exótico, para estrangeiros, uma espécie de idealização, apresentada por peças de forma orgânica livres.



(Não te Esqueças Nunca que Eu Venho dos Trópicos (1942), em bronze)


Maria Martins, por meio de esculturas informes em bronze, madeira e outros materiais, recupera os mitos da Amazônia e esses mitos, de certa forma, simbolizam o Brasil. Afinal, que imagem pré-construída dá ideia de totalidade? O mito, que nada mais é do que uma tentativa de explicação do mundo.


(Cobra Grande (1942), em bronze)


A artista faleceu em 1973 no Rio de Janeiro.


(A Soma de Nossos Dias (1954 - 1955), em sermolite e estanho)


“O mundo é complicado e triste, é quase impossível que as pessoas se compreendam”. (Maria Martins)

* Fofoca artística: Maria Martins manteve por algum tempo um romance às escondidas com Marcel Duchamp.

Nenhum comentário: