quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Mais uma vez: sobre o gospel

Fui criada desde pequena numa igreja protestante tradicional e talvez por isso ache um pouco estranho o que essas novas igrejas fazem quando o assunto é música.

Não tenho nada contra, cada um na sua, mas pra mim, "música de igreja" (hino) é uma coisa e música popular é outra. Talvez por isso eu nunca tenha feito nenhuma Marcha pra Cristo, nunca tenha corrido atrás do trio elétrico evangélico do Xandy, nunca tenha ido a uma balada reggae evangélica com a banda Arca Reggae, nem tenha assistido a nenhum show de pagode do convertido Salgadinho, ex-Katinguelê.

Como gosto de rap (além de inúmeras outras coisas), tentei ouvir o rap gospel do Apocalipse 16, Pregador Luo, DJ Alpiste, mas não deu, pra mim tudo soou um tanto quanto artificial.

Enfim, talvez por preconceito e por achar que o próposito da música na igreja se perdesse um pouco com essas "inovações", quando se falava em gospel pra mim, se não fosse o verdadeiro de Mahalia Jackson, Sister Tharpa James, entre outras, eu fechava os ouvidos e partia pra outra.

Fato é que dando uma olhada num site de rap descobri que nos Estados Unidos há uma onda de rap chamada "Holy Hip Hop". E eu, que nunca gostei de rap gringo, nem dessas misturas todas chamadas "gospel", tinha tudo para odiar.

Mas não foi bem o que aconteceu. Talvez atraída pela beleza do vídeo, pela bela fotografia, ou mesmo pelo fato de não ser "Gospel" Hip Hop, mas "Holy", enfim, gostei muito do trabalho do inglês Genex. "By his Grace", apesar de ser um rap, tem a leveza e tranquilidade das "músicas de igreja" e talvez por isso tenha me conquistado.



Próximo passo é ir ao próximo culto/show de reggae promovido pela igreja Bola de Neve pra saber qual é. E espero ter a mesma boa surpresa do Holy Hip Hop.

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Conversas da mesa ao lado

Uma família. A avó, o filho, a filha e a neta acabando de almoçar quando a garçonete se aproxima querendo ser gentil com a velhinha:

Garçonete: - Vocês vão querer sobremesa? A senhora aceita: temos sorvete de tapioca, creme de cupuaçu, goiabada frita...?
Velhinha: - Ah, não, não quero, eu tenho Chocotone na minha casa!


(fim de 2010)

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Você virou fumaça no meu peito...

Lembra-se bem da primeira vez que o viu: ele passava carregando um monte de coisas e usava uma camiseta colorida. Sim, ela gostou dele primeiro por causa das cores da camiseta - era uma espécie de tie dye em vermelho, verde e amarelo. Enfim, como se fosse um acaso da vida (atenção ao “como se fosse” porque não foi), as conversas ficaram comuns e eram sempre divertidas. Eram sempre parecidos, mas ao mesmo tempo tão diferentes nas diferenças. Uma amizade distante, cheia de esperanças que iam e vinham na mesma frequência que ele. Um dia, depois de bastante tempo, ele virou fumaça pra ela. É, é engraçado como um simples gesto desmonta toda a imagem que temos de uma pessoa, né? Ela confessa que perdeu um pouco o respeito e a admiração que tinha, apesar de ainda acreditar que, em outra situação, ele voltaria a ser aquele que sempre admirou, mas não... Confessa também que, às vezes, ainda procura por aquele que ela perdeu. Mas não há como consertar algo que lascou, algo que queimou mais do que devia... De tudo, só o que sobrou foi a lembrança do vício porque o cigarro que ela precisava apagar de si, ele mesmo já havia apagado numa daquelas.