terça-feira, 24 de julho de 2012

Minha infância no centro de São Paulo

Quando eu era pequena não havia tantos shoppings em São Paulo (não que eu seja um ser pré-histórico, mas havia poucos shoppings mesmo), a cidade era razoavelmente tranquila e comprávamos roupas, móveis, utensílios domésticos, brinquedos, qualquer coisa em lojas de rua que se reuniam no centro da cidade.

Das coisas que mais marcaram a minha infância foram as tardes - que se prolongavam noite adentro - de compras no centro de São Paulo. Saíamos cedo de casa, eu e minha mãe, e íamos para a região da Praça Patriarca, Barão de Itapetininga, entre outros lugares fazer compras em lojas como Mappin, Mesbla, Arapuã, G. Aronso, etc.






Lembro que a Mesbla era das mais caras e era ali que minha mãe gostava de comprar roupas e roupas de cama. O Mappin era mais popular, mas os preços dos brinquedos eram tentadores. Quando o assunto era sapatos, nada melhor do que entrar na Tip Top ou na Júnior, ali na região da República, para comprar os meus sapatos ou na Jean Daniel - com sua fachada em neon -, mais próxima do Anhangabaú, para os sapatos de adultos. A Arapuã era onde costumávamos comprar os então famosos "3 em 1", mas meu avô preferia comprar eletrônicos e eletrodomésticos na G.Aronson e aproveitar para bater um papo com o Sr. Aronson, amigo dele.

Não tão perto do centro, mas na região da Paulista, tínhamos a Sears. Sim, era uma espécie de Zara da época. As compras de Natal eram feitas ali. Mais cara, com incríveis caixas de presentes, a Sears ocupava o local onde hoje é o Shopping Paulista. Costumávamos ir de carro até lá e até hoje o cheio de pipoca que exalava na porta da loja vem à minha cabeça.

Aliás, por falar em pipoca, é impossível pensar nas compras no centro, sem lembrar dos lanches no Jack-in-the box. Até hoje, tenho um copo de vidro que ganhei de lá. Na época, eram poucos McDonald's na cidade e no centro tínhamos apenas o Jack-in-the-Box e o delicioso Dunkin' Donuts.

Era esse o nosso roteiro: andar na rua, fazendo compras até meia-noite, sem medo de sermos assaltadas, sequestradas, terminando nosso dia comendo tranqueiras americanas. Um tempo em que não tínhamos medo de andar na rua, nem de ficar em casa, um tempo seguro.




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