sexta-feira, 25 de junho de 2010

Melhor ouvir ou ser surdo?

Por que a gente fecha a boca, fecha os olhos, pode "fechar" (prender, apertar) o nariz, mas não consegue fechar os ouvidos? Isso é injusto...

Brasil, como diz a propaganda, um time de guerreiros!

Porque na Copa, a gente tem que se virar, se espremer, suar a camisa, cair, levantar, chorar, lutar pra sobrevier ao mata-mata!


Pessoas recolhem restos de alimentos enlameados e estragados em supermercado em PE


Porque ser o camisa 10 não é pra qualquer um...


Rua da cidade de Barreiros, interior de Pernambuco, totalmente destruida apos a forte chuva que atigiu o Estado na semana passada



Rua da cidade de Barreiros, interior de Pernambuco, destruída pelas fortes chuvas que atingiram a região


* Crédito das fotos: Danilo Verpa/Folhapress

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Na vida, tudo pode acontecer, partir e nunca mais voltar...

Se meu avô estivesse vivo hoje, ele estaria comemorando 94 anos e, com certeza, guardaria as velinhas do seu bolo de aniversário, como sempre fazia.

Faz dez meses que ele morreu e, agora, só sobraram fotos, uma meia do São Paulo e boas lembranças...

Foi ele quem me fez rir ao chegar na fila de idosos do banco e gritar "Ih, abriram a porta do asilo!"...

Foi ele quem me fez rir ao chegar na mesma fila de idosos do banco, passar na frente de todos os velhinhos, ir direto ao caixa, xavecar a moça, pegar o saldo, pegar dinheiro e sair andando sem problema nenhum....

Foi ele quem me fez rir ao ir ao meu grupo de capoeira e chamar o mestre "Suassuna" de "Suanabunda"...

Foi ele quem me fez rir ao deitar na calçada em frente ao Sesc Consolação e se fingir de morto na frente de um monte de gente...

Foi ele quem me fez rir quando no caminho para a escola usávamos pedrinhas que estivessem pelo chão para chutarmos, como se estivéssemos jogando futebol...

Foi ele quem me fez rir quando convidou meu amigo da escola Guilherme pra almoçar em casa pensando que ele não iria, mas ele aceitou...

Foi ele quem me fez rir ao dizer "Não sou japonês pra comer arroz!"...

Foi ele quem me fez rir ao dançar a "Dança do Compasso", do É o Tchan, em Salvador...

Foi ele quem me fez rir por não querer encostar os pés na água ao descer do barco em Cananeia...

Foi ele quem me fez rir ao sentar e comer ostras numa mesa ao lado da nossa, de completos desconhecidos, num restaurante em Ilha Comprida...

Foi ele quem me ensinou minhas primeiras palavras em alemão: scheiße, Arschloch, Meine Liebe, Meine Blume...

Foi ele quem me ensinou a ler e escrever, bem antes de entrar na primeira série, usando uma lousinha de brinquedo...

Foi ele quem me ensinou, junto com as primeiras letras do alfabeto, a cantar "Marcha soldado": 'Marcha soRdado, cabeça de papéR! Quem não marchar direito, vai preso pro quartéR."...

Foi ele quem me ensinou a diferença entre joelho e cotovelo (não as partes do corpo, essas eu sabia!), quando o assunto é tubos e conexões...

Foi ele quem me ensinou a diferença entre chave de fenda, chave de boca e chave philips...

Foi ele quem me ensinou pra que serve uma fita isolante e uma fita veda-rosca...

Foi ele quem me ensinou a usar um paquímetro, um macrômetro e um micrômetro...

Foi ele quem me ensinou a diferença entre serra e serrote...

Foi ele quem me ensinou a desenhar patinhos usando o número 2...

Foi ele quem me ensinou a cantar "Sempre alegre, sempre alegre é o dever do bom cristão" e "Sublime amor"...

Foi ele quem me ensinou que quem guarda tem...

Foi ele quem me ensinou que se é pra comprar, tem que comprar o melhor...

Foi ele quem me ensinou a detestar vento...

Como um pai/avô, ou um "Avohai!", como diria Zé Ramalho, ele me ensinou muitas coisas.

Sua última lição foi o significado da palavra "saudade".

sábado, 19 de junho de 2010

Visão em paralaxe

Algo no céu me incomoda.
Não sei se é o azul muito grande... Não seria melhor um degradê?

quinta-feira, 17 de junho de 2010

terça-feira, 15 de junho de 2010

Janelle Monáe, the archandroid

Ela começou a aparecer depois de participar de 'Idlewild' (ótimo álbum do Outkast, diga-se de passagem!), do Outkast (sim, aquele do 'Hey ya!'). Depois disso, foi indicação para o Grammy com um EP baseado no 'Metropolis', do Fritz Lang e, nesse ano, a cantora americana Janelle Monáe está aparecendo novamente, dessa vez com o primeiro álbum de sua carreira, 'The Archandroid'.

Um misto de funk, soul, rock, muito de James Brown e um pouco das maluquices do Andre 3000, a cantora apresenta um som muito novo, bem longe das Rihannas, Beyoncés e afins. Vale a pena ouvir o que, pra mim, é a versão feminina e jovem de James Brown!

Aqui, numa versão de 'Smile', do Chaplin.



E aqui, 'Tightrope', sua música de trabalho.

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Ora, botas!

Com a chegada do inverno, as ruas começam a ser invadidas por casacos, blusas de lã e as "indispensáveis" (?) botas.

A primeira vez que usei uma bota na vida foi uma experiência terrível. Era pequena e a recomendação médica pra resolver meu problema de pé chato era o uso de botas ortopédicas.

No processo inicial da confecção da bota, feita sob medida para o meu pé chato, eu até me divertia. A vendedora colocava meu pé sobre um papel com um carbono embaixo pra fazer o molde, e ver meu pé desenhado numa folha de papel era bem legal. Porém, o que vinha depois era só choro e dor.

Além de machucar o pé e causar dores horríveis depois de um dia todo de uso, eu sempre fui magra e, na infância, isso era muito pior, então imagine a cena: uma menina de uns 6 anos, com um corpinho de filé de borboleta e dois cambitinhos finos, usando um vestido lindo para ir à igreja no sábado de manhã, porém calçando uma bota preta horrorosa (bom, a da minha coleguinha de escola Mirella era branca, muito pior... rs)! Ninguém olhava pro vestido, só pra minha perna fina tentando carregar aquela bota, caramba!

Depois de uma visita a um massagista japonês maluco, a bota foi jogada no lixo, o pé foi consertado e a minha saga à procura da botinha perfeita começou.

Ainda quando criança, meu ideal de bota perfeita eram as cor-de-rosa, da Xuxa, mas graças a Deus, ao contrário de mim, minha mãe sempre teve noção e se recusava a comprar um sapato de plástico rosa pra mim.

Passada a frustração da infância, por um longo período, eu passei bem sem ter uma bota, exceto por uma comprada para uma viagem, mas essa não conta, pois foi comprada por necessidade mesmo de aquecer os pés em países de muito frio.

A água começou literalmente a bater na bunda quando, há uns quatro anos, voltando a pé da Cultura, onde trabalhava, pra casa tive a experiência única de ter de enfrentar uma chuva que deixou a Rua Augusta no mesmo nível de alagamento do Jardim Pantanal.

Decidi que era hora de comprar uma bota. Passei alguns anos por várias lojas e vitrines, olhando, olhando, experimentando... da bota montaria às tradicionais, mas foi tudo em vão. Uso sapato 34 e tênis 35, no máximo 36, se eu me encher de meia, mas com todas as botas, me sentia com um pé tamanho 40.

Finalmente, depois de muito procurar, achei que deveria comprar uma galocha. Sim! Estavam na moda as galochas coloridas, desenhadas (não as branquinhas de açougueiro) e eu finalmente achei alguma coisa que combinaria com meu estilo, que definitivamente não era o estilo bota, chapéu e Villa Country!

Comprei pela internet, o que me forçava a ficar com ela, gostando ou não, e quando chegou, na hora, percebi que eu não ia usar mesmo aquilo. Resultado: a galochinha preta, com bolinhas coloridas foi destinada ao barro dos dias de chuva do sítio, sem ter tido uma oportunidade se quer de andar pelas calçadas de São Paulo.



Enfim, não tem jeito: definitivamente, eu não consigo usar e não gosto de botas. O resultado é sempre o mesmo: compro um tênis. Pra compensar a falta de bota, comprei (ganhei, na verdade) um tênis... de cano alto, o que me faz pensar que eu tenho uma bota. Ainda que esse não tenha sido o primeiro tênis de cano alto da minha vida, ele definitivamente serviu pra me mostrar que: "Quer comprar uma bota? Compra um tênis, Potira!!"


* Ah, a propósito, o que leva uma pessoa a comprar botas desse tipo, com esse salto?

sábado, 12 de junho de 2010

Isso é gospel!

The Barrett Sisters


'Because He Lives, I Can Face Tomorrow'

Aretha Franklin


'Amazing Grace'

Mahalia Jackson


'Trouble of the World'

Porque isso não é gospel:

sexta-feira, 11 de junho de 2010

A sem noção

No elevador:

A: - Muito bonito o seu casaco.
R: - Ah, gostou?! Nossa faz tanto tempo que eu comprei, é tão velho...
Poti: - Tem cara de velho mesmo.


* Ops, pra variar, escapou! Quando eu resolvo não ficar quieta e falar, dá nisso.

A culpa é do Datena!

Tenho uma teoria que todos os assassinatos, estupros e sequestros mais bizarros são cometidos ou encomendados pelo Datena. Se não fossem, ele estaria desempregado!

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Pequenos prazeres e nossos novos cérebros eletrônicos

“The future I so bright that I’ve got to wear shades.” Timbuk3



FOLHA - E como foi a entrada do computador em sua vida profissional?
QUINO - Não entrou nunca.

FOLHA - Não o usa de forma alguma?
QUINO - Para nada. Minha mulher o usa, mas eu não. Sou analfabeto em tudo isso.

FOLHA - E tem alguma opinião sobre tecnologia?
QUINO - Acho que veio para mudar as relações humanas, de fato. Porque as pessoas não se comunicam mais com seus vizinhos, mas com gente que está muito longe.

FOLHA - E acha que isso é mal para os jovens?
QUINO - Para eles, não, porque já nascem lidando com essas tecnologias. O problema é para os que viram outro modo de se comunicar.

FOLHA - Você se sente de alguma forma distanciado ou excluído por causa disso?
QUINO - Excluído, sim. Porque, por exemplo, na Europa é muito comum que você vá ao correio e não haja uma pessoa para atendê-lo. Você tem que ir a uma máquina, pesar a carta, ver quanto tem que pagar e tudo o mais, sem encontrar uma pessoa para lhe dizer que gostou do seu penteado hoje. Não há mais contato com nada.

(Cartunista Quino, 77 anos, em entrevista à Folha de S. Paulo)


Então... Se é verdade que a internet ajudou e ajuda muito em várias situações, é bem verdade também que muitas coisas foram meio que "acabadas" com a criação da rede.

Óbvio que o Google facilitou a vida da gente. Digite qualquer coisa que precise saber ou mesmo seu nome completo ali que tudo relacionado ao assunto aparece na sua tela. Claro que a comunicação ficou bem mais rápida e ilimitada, pois, ainda que você esteja no Butão ou nos confins da floresta amazônica, com um notebook e alguns poucos aparatos tecnológicos, você pode mandar notícias pra sua família, conversar com seu namorado, atualizar seu Twitter... Enfim, são muitas as vantagens, porém...

Você se lembra há quanto tempo não recebe nem lê uma carta escrita à mão por um amigo ou parente? Ou mesmo, há quanto tempo não recebe um telefonema apenas para conversar, não com um operador de telemarketing do outro lado da linha tentando te vender um novo plano da Tim, Claro, ou qualquer outra coisa dessas?

Pois é, com o e-mail, as páginas de "relacionamento" e as outras "novas" formas de comunicação, tudo se resume a mensagens curtas, recados... Não há mais a ansiedade à espera de uma carta com notícias daquele seu amigo que está morando na Bahia, não há mais a emoção de receber a notícia de que sua filha, que agora mora no Canadá, teve um bebê e está te mandando a primeira foto da netinha.

Mesmo o simples fato de sair para comer, beber e conversar com os amigos praticamente não existe mais. Agora, todo mundo usa o MSN para discutir sobre quem está melhor no Campeonato Brasileiro ou quem vai ganhar a Copa do Mundo, tendo ao lado seu copo de coca ou cerveja, um sanduíche qualquer e contando com as pesquisas, gráficos e especulações encontradas no Google para embasar seus argumentos.

É, o Google, também acabou com a nossa "saudosa" enciclopédia Barsa. E a Britânica? E a coleção Conhecer? Ler é saber... Quem não se lembra? Todo ano, no meu colégio, os vendedores faziam reunião com os pais para vender enciclopédias... Nosso sonho de consumo era ter uma enciclopédia Barsa, caríssima na época! Hoje, quem vai perder tempo e dinheiro, comprando enciclopédia e consultando. "Coloca no Google que, em menos de dois segundos, ele é capaz de te mostrar mais de mil referências. Isso sem falar na Wikipedia.

Falando em conhecimento, enciclopédia, MSN, que idioma é esse que se fala na internet? Vlw, flw, miguxa, muitaaum, naum... Às vezes, tenho a impressão de que estamos voltando pra algum tempo perdido no passado e, ao invés de evoluir, a língua está ficando cada vez mais próxima dos primatas que falavam "Uga-uga".

E aquela sensação deliciosa de comprar um CD ou LP novo, abrir, ver todas as informações do encarte, colocar pra tocar e ouvir, pela primeira vez, aquela faixa escondida que só dava pra encontrar, se esquecesse, por acaso, o álbum tocando e, depois de 15 minutos, a banda ressuscitava com uma bela surpresa... Isso não existe mais. Antes mesmo de a gravadora começar a distribuir o CD pra loja, ele já está disponível nos sites de download ou mesmo no site do artista, inteirinho, com todas as faixas e mais algumas...

Enfim, ainda que a gente tente manter antigos costumes, como mandar cartas para os amigos ou um simples cartão de Natal pelo correio, pesquisar em livros, comprar CDs e LPs, muitos dos nossos pequenos prazeres foram perdidos com a internet, ou melhor, na verdade, novos prazeres são adquiridos a cada dia. Bons? Ruins? Úteis? Inúteis? Quem é que sabe...

quarta-feira, 2 de junho de 2010

Quino e a idade

FOLHA - E como está sua saúde?
QUINO - Anda mais ou menos.

FOLHA - O que está de mais e o que está de menos?
QUINO - Bem, demais estão os anos... De menos, a juventude.

(Cartunista Quino, 77 anos, em entrevista à Folha de S. Paulo)

terça-feira, 1 de junho de 2010

Spaghetti com molho japonês

Yah! é um restaurantezinho (chinês?) que vende Yakissoba em Pinheiros. É tipo um fast food oriental, porém, assim como o McDonald's, nem tão fast nem tão food.

Ali há quatro opções do mesmo prato: o yakissoba. Ele pode ser misto, que inclui macarrão, carne, frango, acelga, brócolis, cebolinha, cenoura, couve-flor; o de vegetais, que vai tudo que tem o misto menos a carne e o frango; o de camarão, que é tem os mesmo ingredientes do de vegetais, mais camarão; e o especial que é tudo junto, carne, camarão, frango, legumes...


A moça entrou e disse:

- Eu vou querer um spaghetti com vegetais, mas sem vegetais. Só com brócolis. Ah, quero molho japonês no spaghetti, tá?


Spaghetti?! Spaghetti com molho japonês?! Isso é que é pensar globalmente... E brocólis não são vegetais?!