Hoje, 31 de agosto de 2010 comemora-se o quinto BlogDay, data em que cada blog indica outros cinco para seus leitores. Eu, como sou meio "over", indico dez (que não estão em ordem de preferência):
1. Cinema Cultura: porque tem toda a filmografia do Fellini para baixar, inclusive Amarcord, que é lindo.
2. You & Me on a Jamboree: porque tem toda a discografia que você precisa ouvir de música jamaicana old school.
3. DNA Discoteca Nacional: porque tem toda a discografia de música boa brasileira contemporânea.
4. Gaveta Cheia: porque a autora é minha amiga e escreve coisas bacanas e bonitas.
5. Moral em Concordata: porque sim.
6. O Micróbio: porque mesmo sem conhecer quem escreve, eu leio sempre.
7. O Carapuceiro: porque é do Xico Sá, o maior observador dos modos de macho e das modinhas de fêmea que eu já vi.
8. eraOdito: porque fala de literatura sem rodeios.
9. Donnerwetter: porque, mesmo que o Batata não atualize sempre, ele escreve coisas legais sobre a Alemanha.
10. Blog do Tom Zé: eu não sei se é ele quem escreve, mas além de eu ser fã dele, ele fez uma música pro centenário do Corinthians.
terça-feira, 31 de agosto de 2010
Que milagre o senhor por aqui ou sobre a paciência e como se acostumar com a rotina
Sem dúvida, não existe história de amor mais bonita do que a do Professor Girafales com a Dona Florinda (e isso não é saudosismo dos anos 1980, ok?!) porque é, acima de tudo, uma história de paciência.
O namoro deles não sai de uma xícara de chá e um humilde ramo de flores. Todos os dias, os dois amantes se encontram e a conversa é a mesma.
O tal professor tem de aguentar , na escola e nas visitas, o filho chato e mimado da mulher que tanto ama. Some-se a isso ter que presenciar e, muitas vezes, participar sem querer das brigas da vizinhança do cortiço, sendo atingido por baldes de água, vassouradas... E ainda: se arrumar todo para encontrar uma mulher usando bobes no cabelo! E no final só reclamar com um "Tá-tá-tá!".
Mas a vida de Dona Florinda também não é lá essas coisas. Que mulher gostaria de receber, todos os dias, o mesmo presente: as famigeradas rosas vermelhas. Poxa, professor! Podia variar um pouco, né?! Uns bombons, uma joia, umas roupinhas novas, já reparou que a sua digníssima senhora usa sempre a mesma roupa?!
Enfim, relevando as mesmices, a rotina, os problemas com vizinhos, a chatice do filho, caminham sempre juntos (não, um após o outro), em direção a uma xícara de chá.
O namoro deles não sai de uma xícara de chá e um humilde ramo de flores. Todos os dias, os dois amantes se encontram e a conversa é a mesma.
O tal professor tem de aguentar , na escola e nas visitas, o filho chato e mimado da mulher que tanto ama. Some-se a isso ter que presenciar e, muitas vezes, participar sem querer das brigas da vizinhança do cortiço, sendo atingido por baldes de água, vassouradas... E ainda: se arrumar todo para encontrar uma mulher usando bobes no cabelo! E no final só reclamar com um "Tá-tá-tá!".
Mas a vida de Dona Florinda também não é lá essas coisas. Que mulher gostaria de receber, todos os dias, o mesmo presente: as famigeradas rosas vermelhas. Poxa, professor! Podia variar um pouco, né?! Uns bombons, uma joia, umas roupinhas novas, já reparou que a sua digníssima senhora usa sempre a mesma roupa?!
Enfim, relevando as mesmices, a rotina, os problemas com vizinhos, a chatice do filho, caminham sempre juntos (não, um após o outro), em direção a uma xícara de chá.
segunda-feira, 30 de agosto de 2010
domingo, 29 de agosto de 2010
As crianças e a moda
E aí que eu fui na festinha de um ano do filho do meu primo. Lá estava o filho de cinco anos da minha outra prima:
- Poti, você veio de pijama?
- Vim...
- Por quê? Tava gostoso?
- Tava sim.
Lá também estava minha prima de 13 anos:
- Poti, esse tênis brilha no escuro?
- Não...
- Mas nem tem lugar pra colcar pilha?
- Não...
Resumindo: minha bermuda de R$ 150 da Colcci virou pijama e meu Adidas Stan Smith virou tênis Le Cheval com luzinha!
- Poti, você veio de pijama?
- Vim...
- Por quê? Tava gostoso?
- Tava sim.
Lá também estava minha prima de 13 anos:
- Poti, esse tênis brilha no escuro?
- Não...
- Mas nem tem lugar pra colcar pilha?
- Não...
Resumindo: minha bermuda de R$ 150 da Colcci virou pijama e meu Adidas Stan Smith virou tênis Le Cheval com luzinha!
sábado, 28 de agosto de 2010
sexta-feira, 27 de agosto de 2010
quarta-feira, 25 de agosto de 2010
Bem louco...
"Sim sou muito louco, não vou me curar
Já não sou o único que encontrou a paz
Mas louco é quem me diz
E não é feliz, eu sou feliz"
O Centro Psiquiátrico do Rio de Janeiro desenvolve desde 1998 um projeto chamado Convivendo com a Música.
Por meio desse projeto, proporciona vivências musicias coordenadas pelo psicólogo e musicoterapeuta Sidnei M. Dantas, desenvolvendo a criatividade e a expressnao dos pacientes do local.
Fruto das atividades do projeto, o “Harmonia Enlouquece” dá voz aos delírios interpretando canções populares e músicas próprias que falam da história dessas pessoas.
O grupo já teve mais de 40 participantes, ganhou prêmios, gravou CDs e já se apresentou em locais como a Concha Acústica em Salvador, o Conservatório Brasileiro de Música, entre outros, além de ter participado também da trilha sonora da novela "Caminho das Índias", que tinha Bruno Gagliasso interpretando um esquizofrênico.
Como resultado, houve certa redução no número de internação dos integrantes, além da melhora na adesão ao tratamento.
Mais ou menos não.
Pessoa amada: deve haver alguém a quem a gente concede ou ainda vai conceder esse status. Alguém que fará com que você arrebate o paraíso de uma só vez.
O problema é que, às vezes, em jogos de armar, como num labirinto, as coisas vão se perdendo. Fica-se no sim ou não, no depende, no mais ou menos, no acho que sim, acho que não, talvez... E passamos sem receber, nem conceder isso a ninguém.
Já disse Will Self em Minha ideia de diversão: "É isto que é tão dolorosamente triste no amor, é por isso que ele incha no seu coração como um aneurisma incipiente: pois quanto mais você tenta prendê-lo ao seu objeto, mais esse objeto lhe escapa."
O problema é que, às vezes, em jogos de armar, como num labirinto, as coisas vão se perdendo. Fica-se no sim ou não, no depende, no mais ou menos, no acho que sim, acho que não, talvez... E passamos sem receber, nem conceder isso a ninguém.
Já disse Will Self em Minha ideia de diversão: "É isto que é tão dolorosamente triste no amor, é por isso que ele incha no seu coração como um aneurisma incipiente: pois quanto mais você tenta prendê-lo ao seu objeto, mais esse objeto lhe escapa."
Sim ou não
(Arnaldo Antunes/Branco Mello)
de todos os assuntos você fala coisas iguais, sempre
tudo que vê não tem nada de mais
cumprimenta todos os caras sempre do mesmo jeito
beija todas as caras com o mesmo beijo
assim não se compromete mas também não se satisfaz
se não me quer por que não me deixa em paz?
pois para mim
ou sim ou não
mais ou menos não
palavras de amor na sua boca parecem banais
beijos sem sabor pra você são normais
bebe um copo dágua do mesmo jeito que bebe vinho
bate com a mesma indiferença com que faz carinho
mas se ficar comigo ou me deixar sozinho tanto faz
melhor ir embora e não olhar pra trás
pois para mim
ou sim ou não
mais ou menos não
sábado, 14 de agosto de 2010
sexta-feira, 13 de agosto de 2010
Rainha da sucata
Meu avô era um lixeiro. Não que ele fosse lixeiro por profissão, ele gostava mesmo era de "reciclar, levar coisas que as pessoas achavam inúteis pra casa e quem sabe, um dia, aproveitar.
Assim, não podia ver um monte de entulho na rua, um monte de coisa jogada sem dono, que ia correndo dar uma olhadinha, mexer em alguma coisa, pois quem sabe ali encontrasse um parafuso, um preguinho, um pedaço de madeira, um pedaço de cano...
Chegava em casa sempre com uma madeirinha, uma porca, um parafuso, que, quando a gente menos esperasse, seria usado no conserto de alguma coisa em casa ou no sítio. Ele sempre dizia: "Quem guarda tem", em qualquer circunstância. E ele sempre tinha.
Lembro de uma vez em que ele chegou em casa trazendo uma pilha com uns 10 discos de vinil, obviamente, encontrados no lixo. Confesso que não dei muita bola na hora, mas pouco tempo depois, vi que ali estavam clássicos do funk e do soul da melhor qualidade - Parliament, George Clinton, Marvin Gaye, Al Green, Sly & The Family Stone e outros que eu não lembro o nome, mas ele nem fazia ideia disso.
Certa vez, na volta da escola, ao lado de uma tampa de bueiro estavam vários rolos de fios de cobre, outros fios plásticos e muitos preguinhos, porquinhas, rosquinhas, parafusinhos. Apesar de estar claro que ali estavam pessoas trabalhando dentro da galeria, não tivemos dúvida, nos abaixamos e começamos a catar o máximo de coisas possíveis. Resultado: cheguei em casa com fios de cobre e parafusos dentro da mochila (ainda bem que ele sempre carregou minha mochila!).
Herdei o costume de meu avô. Desde pequena, ele me ensinou a sempre andar prestando bastante atenção, de modo que se encontrasse alguma coisa útil jogada, levasse para casa. Apesar de minha mãe e minha vó que moram comigo odiarem, sou hoje a maior armazenadora de lixos e tranqueiras que ninguém quer.
De recortes de jornal falando sobre como será o planeta em 2010 a envelopes usados no último emprego, passando por catálogos de editoras, parafusos e buchas de prateleiras que não existem, chapas de inox e pedaços de arame usados em trabalhos de faculdade, caixas e até mesmo canudos de diplomas, se precisar de alguma coisa, basta me procurar.
Assim, não podia ver um monte de entulho na rua, um monte de coisa jogada sem dono, que ia correndo dar uma olhadinha, mexer em alguma coisa, pois quem sabe ali encontrasse um parafuso, um preguinho, um pedaço de madeira, um pedaço de cano...
Chegava em casa sempre com uma madeirinha, uma porca, um parafuso, que, quando a gente menos esperasse, seria usado no conserto de alguma coisa em casa ou no sítio. Ele sempre dizia: "Quem guarda tem", em qualquer circunstância. E ele sempre tinha.
Lembro de uma vez em que ele chegou em casa trazendo uma pilha com uns 10 discos de vinil, obviamente, encontrados no lixo. Confesso que não dei muita bola na hora, mas pouco tempo depois, vi que ali estavam clássicos do funk e do soul da melhor qualidade - Parliament, George Clinton, Marvin Gaye, Al Green, Sly & The Family Stone e outros que eu não lembro o nome, mas ele nem fazia ideia disso.
Certa vez, na volta da escola, ao lado de uma tampa de bueiro estavam vários rolos de fios de cobre, outros fios plásticos e muitos preguinhos, porquinhas, rosquinhas, parafusinhos. Apesar de estar claro que ali estavam pessoas trabalhando dentro da galeria, não tivemos dúvida, nos abaixamos e começamos a catar o máximo de coisas possíveis. Resultado: cheguei em casa com fios de cobre e parafusos dentro da mochila (ainda bem que ele sempre carregou minha mochila!).
Herdei o costume de meu avô. Desde pequena, ele me ensinou a sempre andar prestando bastante atenção, de modo que se encontrasse alguma coisa útil jogada, levasse para casa. Apesar de minha mãe e minha vó que moram comigo odiarem, sou hoje a maior armazenadora de lixos e tranqueiras que ninguém quer.
De recortes de jornal falando sobre como será o planeta em 2010 a envelopes usados no último emprego, passando por catálogos de editoras, parafusos e buchas de prateleiras que não existem, chapas de inox e pedaços de arame usados em trabalhos de faculdade, caixas e até mesmo canudos de diplomas, se precisar de alguma coisa, basta me procurar.
O que aconteceu com as cores?
Rosa agora tinha virado salmão, depois virou fúcsia...
Bege sempre foi cor de burro quando foge, agra é nude...
Verde claro era verde-água, agora é seladon...
Marrom já foi caramelo, chocolate, café, conhaque, agora é camelo...
Rosa escuro já foi pink, rosa choque, agora é magenta....
Azul escuro, agora é blue marine...
Dourado virou ouro velho...
Não sei mais os nomes das cores. Agora, quando me perguntam que cor é, digo: "Flicts!"
Bege sempre foi cor de burro quando foge, agra é nude...
Verde claro era verde-água, agora é seladon...
Marrom já foi caramelo, chocolate, café, conhaque, agora é camelo...
Rosa escuro já foi pink, rosa choque, agora é magenta....
Azul escuro, agora é blue marine...
Dourado virou ouro velho...
Não sei mais os nomes das cores. Agora, quando me perguntam que cor é, digo: "Flicts!"
Quem não tem colírio usa óculos escuros
E aí que a MTV, junto com a Capricho, criou o tal de "Colírio Capricho". A ideia era reunir os meninos mais bonitos, "fofos" e talentosos (?) do Brasil numa espécie de reality show.
Durante um mês, mais ou menos, os dez meninos eram desafiados a aprender a tocar, cantar e agir como verdadeiros "príncipes" a la Justin Bieber. Nessa semana, o programa acabou, não sei quem ganhou, nem o que ganhou, só sei que um deles tentou se suicidar.
Enfim, fiquei pensando nesses "colírios", vi que não são tão "colírio" assim quando o assunto ultrapassa a carinha bonita e cheguei à conclusão de que certo estava Raul Seixas (também fora da categoria "colírio") ao dizer "Quem não tem colírio usa óculos escuros". De que adianta um rostinho bonito, o cabelinho do Justin Bieber - ecovado, sem nem um fio fora do lugar, lisinho -, o jeitinho de príncipe?
Troco fácil o colírio pelos óculos escuro, deixando de lado a aparência para encarar, ainda que de óculos escuros embaçados, o charme e a inteligência de muitos "mal diagramados" (homens de verdade, sem medo de tomar choque ao trocar uma lâmpada, sem creminhos Anna Pegova, nem depilação a laser!) que existem por aí. Até porque, com certeza, por trás do cabelo bagunçado, da barba por fazer, da calça caída, da barriga caída, dos óculos fundo de garrafa..., sempre há um senso de humor incrível, um pouco de cultura, bom papo...
Agora já pensou a casa dos Colírios Capricho habitada por seres encantadores e roots, como: Xico Sá, Javier Bardem, Lenine, Jorge du Peixe, Fred 04, Samuel Beckett, China, Otto, Angeli e Lourenço Mutarelli. Seria difícil eliminar alguém, não?
Durante um mês, mais ou menos, os dez meninos eram desafiados a aprender a tocar, cantar e agir como verdadeiros "príncipes" a la Justin Bieber. Nessa semana, o programa acabou, não sei quem ganhou, nem o que ganhou, só sei que um deles tentou se suicidar.
Enfim, fiquei pensando nesses "colírios", vi que não são tão "colírio" assim quando o assunto ultrapassa a carinha bonita e cheguei à conclusão de que certo estava Raul Seixas (também fora da categoria "colírio") ao dizer "Quem não tem colírio usa óculos escuros". De que adianta um rostinho bonito, o cabelinho do Justin Bieber - ecovado, sem nem um fio fora do lugar, lisinho -, o jeitinho de príncipe?
Troco fácil o colírio pelos óculos escuro, deixando de lado a aparência para encarar, ainda que de óculos escuros embaçados, o charme e a inteligência de muitos "mal diagramados" (homens de verdade, sem medo de tomar choque ao trocar uma lâmpada, sem creminhos Anna Pegova, nem depilação a laser!) que existem por aí. Até porque, com certeza, por trás do cabelo bagunçado, da barba por fazer, da calça caída, da barriga caída, dos óculos fundo de garrafa..., sempre há um senso de humor incrível, um pouco de cultura, bom papo...
Agora já pensou a casa dos Colírios Capricho habitada por seres encantadores e roots, como: Xico Sá, Javier Bardem, Lenine, Jorge du Peixe, Fred 04, Samuel Beckett, China, Otto, Angeli e Lourenço Mutarelli. Seria difícil eliminar alguém, não?
terça-feira, 10 de agosto de 2010
Aumenta o volume porque é...
... rap do bom!
Kamau - 'Equilíbrio'
Z'ÁfricaBrasil - 'Tem cor age'
Aquecimento central Kamau from Matilha Cultural on Vimeo.
Kamau - 'Equilíbrio'
Zafrica Brasil from Matilha Cultural on Vimeo.
Z'ÁfricaBrasil - 'Tem cor age'
R.I.P. and instead of crying, dance!
Sempre que se fala em morte, todo mundo se encolhe todo, solta um "Ai, credo!", muda de assunto, desconversa, principalmente quando a morte de que se trata é a própria morte.
Outro dia, conversando com minha mãe, ela disse que queria que no velório dela tocasse o hino "Amazing Grace". Composto pelo inglês John Newton, essa tradicional música protestante costuma ser tocada em velórios nos Estados Unidos e já foi interpretada por Elvis Presley, Aretha Franklin e Mahalia Jackson, entre outros artistas. Fato é que a música é muito bonita, mas é o tipo de música feita pra fazer você chorar, ainda mais num velório, ambiente em que tudo colabora pra isso.
Eu, pelo contrário, prefiro a parte musical do meu velório bem mais animada, de preferência com uma música brasileira divertida. E estou até pensando em deixar pronta um set list pro meu velório (depois posto aqui) - pra facilitar as coisas, né?!
Enquanto não defino a trilha sonora, aproveitando o tema, pensei em algumas frases para a minha lápide e aqui estão elas:
1. "Já era!" - Até porque, depois de enterrada, já era mesmo!
2. "Fui!" - É... Não preciso explicar.
3. "See you on the other side!" - Eu não sei se tem o "outro lado", mas se tiver, de uma forma ou de outra, todo mundo vai se ver por lá. Ah, isso é plágio do Ozzy, mas tá valendo.
4. "Nós que aqui estamos por vós esperamos." - Essa é clássica. Nome de filme, mas acho que todo mundo gostaria de colocar em uma lápide.
5. "Se precisar de alguma coisa, pergunte ao pó." - Além de piada de drogado, pode sevir de gancho pra lápide. Sabe aquele negócio "Do pó viestes, ao pó voltarás"?
6. "O bate-papo está desativado." - Em tempos de globalização, vai saber! Na mesma linha, poderia ter uma "Virei Spam!", "Caso queira falar comigo, recupere os itens da lixeira.", "Potira sai da sala.", etc.
7. "Potira Cunha parece estar Offline. As mensagens que você enviar serão entregues quando ela entrar." - Eu não sei onde posso entrar, mas talvez seja quando entrar no corpo de alguém, no corpo de seu cachorro, enfim, quando reencarnar.
8. "Zed's dead, baby.. Zed's dead". - Tarantino, sempre.
9. "I'm gonna Kill Bill." - Tarantino, sempre de novo.
10. Distraída pra morte, eu estava sim. Distraída pra morte, eu estava sim... - Porque é sempre bom ouvir Otto.
Mas acho que o melhor texto de lápide também poderia vir em forma de música (?), de poesia (?), vide a canção "Hora da partida", do finado (que ironia!) grupo Terra Samba. Atenção especial aos primeiros versos:
Está chegando a hora
É hora de partir
Me dá uma dor no peito
Ter que ir embora e te deixar aqui
Mas eu já resolvi
sozinho eu não vou
Pois eu só vou embora
Se comigo você for
Mas eu já resolvi
sozinho eu não vou
Pois eu só vou embora
Se comigo você for, e lá vou eu
Lá vou eu, meu amor
Mas não vou só
Enfim, que o funeral seja pelo menos divertido e tenha uma trilha sonora assim...
Outro dia, conversando com minha mãe, ela disse que queria que no velório dela tocasse o hino "Amazing Grace". Composto pelo inglês John Newton, essa tradicional música protestante costuma ser tocada em velórios nos Estados Unidos e já foi interpretada por Elvis Presley, Aretha Franklin e Mahalia Jackson, entre outros artistas. Fato é que a música é muito bonita, mas é o tipo de música feita pra fazer você chorar, ainda mais num velório, ambiente em que tudo colabora pra isso.
Eu, pelo contrário, prefiro a parte musical do meu velório bem mais animada, de preferência com uma música brasileira divertida. E estou até pensando em deixar pronta um set list pro meu velório (depois posto aqui) - pra facilitar as coisas, né?!
Enquanto não defino a trilha sonora, aproveitando o tema, pensei em algumas frases para a minha lápide e aqui estão elas:
1. "Já era!" - Até porque, depois de enterrada, já era mesmo!
2. "Fui!" - É... Não preciso explicar.
3. "See you on the other side!" - Eu não sei se tem o "outro lado", mas se tiver, de uma forma ou de outra, todo mundo vai se ver por lá. Ah, isso é plágio do Ozzy, mas tá valendo.
4. "Nós que aqui estamos por vós esperamos." - Essa é clássica. Nome de filme, mas acho que todo mundo gostaria de colocar em uma lápide.
5. "Se precisar de alguma coisa, pergunte ao pó." - Além de piada de drogado, pode sevir de gancho pra lápide. Sabe aquele negócio "Do pó viestes, ao pó voltarás"?
6. "O bate-papo está desativado." - Em tempos de globalização, vai saber! Na mesma linha, poderia ter uma "Virei Spam!", "Caso queira falar comigo, recupere os itens da lixeira.", "Potira sai da sala.", etc.
7. "Potira Cunha parece estar Offline. As mensagens que você enviar serão entregues quando ela entrar." - Eu não sei onde posso entrar, mas talvez seja quando entrar no corpo de alguém, no corpo de seu cachorro, enfim, quando reencarnar.
8. "Zed's dead, baby.. Zed's dead". - Tarantino, sempre.
9. "I'm gonna Kill Bill." - Tarantino, sempre de novo.
10. Distraída pra morte, eu estava sim. Distraída pra morte, eu estava sim... - Porque é sempre bom ouvir Otto.
Mas acho que o melhor texto de lápide também poderia vir em forma de música (?), de poesia (?), vide a canção "Hora da partida", do finado (que ironia!) grupo Terra Samba. Atenção especial aos primeiros versos:
Está chegando a hora
É hora de partir
Me dá uma dor no peito
Ter que ir embora e te deixar aqui
Mas eu já resolvi
sozinho eu não vou
Pois eu só vou embora
Se comigo você for
Mas eu já resolvi
sozinho eu não vou
Pois eu só vou embora
Se comigo você for, e lá vou eu
Lá vou eu, meu amor
Mas não vou só
Enfim, que o funeral seja pelo menos divertido e tenha uma trilha sonora assim...
A quoi ça sert l'amour?
En somme, si j'ai compris,
Sans amour dans la vie,
Sans ses joies, ses chagrins,
On a vécu pour rien.
Mais oui! Regarde-moi!
A chaque fois j'y crois
Et j'y croirai toujours...
Ça sert à ça, l'amour!
sexta-feira, 6 de agosto de 2010
Flip(per) em Paraty
No fim de tarde de sexta:
- Já vai?
- Já, vou viajar...
(...)
- Tchau, pessoal.
(...)
- Pra onde ele vai?
- Pra Paraty, vai pra Flipper. Sabe, a Flipper, que tem um monte de livros?!
Faz sentido: golfinhos, mar, Paraty...
- Já vai?
- Já, vou viajar...
(...)
- Tchau, pessoal.
(...)
- Pra onde ele vai?
- Pra Paraty, vai pra Flipper. Sabe, a Flipper, que tem um monte de livros?!
Faz sentido: golfinhos, mar, Paraty...
quinta-feira, 5 de agosto de 2010
Só pra quem é pião de vida loka
Trilha Sonora do Gueto (T$G) é um grupo de rap formado desde 1998 no Capão Redondo em São Paulo. Formado por Cascão, Bokão, X-Bacon, Karatê, DJ Pudim e Véio, o grupo se destaca dos outros pela linguagem que utiliza em suas músicas, cheia de gírias, que não é qualquer um que entende, compondo uma verdadeira trilha sonora do gueto (mas só pra quem é!).
A música "Pião de Vida Loka" (assim mesmo!) fez parte da trilha da Turma do Gueto, antiga novelinha da Record, com Netinho de Paula, e chegou a ser indicada na categoria Melhor Video de Rap em 2004, mas é claro que não ganhou.
* Material rico pra linguista, não?
A música "Pião de Vida Loka" (assim mesmo!) fez parte da trilha da Turma do Gueto, antiga novelinha da Record, com Netinho de Paula, e chegou a ser indicada na categoria Melhor Video de Rap em 2004, mas é claro que não ganhou.
* Material rico pra linguista, não?
quarta-feira, 4 de agosto de 2010
Sonhei...
Há algum tempo, sonhei que eu namorava o Miranda e estava ouvindo um de seus milhares de vinis e jantando na casa dele.
Ontem, sonhei que minha mãe estava namorando o Chuck Norris. E eu, tão sem noção, ao invés de falar: "Mãe, é o Chuck Norris!", só falava: "Mãe, mas ele é tão branco...".
Melhor parar de ver TV. Daqui a pouco, vou sonhar que minha vó tá namorando o Silvio Santos e eu tô falando os números sorteados na TeleSena de Natal!
Ontem, sonhei que minha mãe estava namorando o Chuck Norris. E eu, tão sem noção, ao invés de falar: "Mãe, é o Chuck Norris!", só falava: "Mãe, mas ele é tão branco...".
Melhor parar de ver TV. Daqui a pouco, vou sonhar que minha vó tá namorando o Silvio Santos e eu tô falando os números sorteados na TeleSena de Natal!
terça-feira, 3 de agosto de 2010
O outro mundo de Xicão Xukuru
O Outro Mundo De Xicão Xukuru
Mundo Livre S/A
(Letra e Música: Fred 04)
Numa faixa de terra
de 28 mil hectares,
localizada no agreste pernambucano,
habitam cerca de 8 mil seres da espécie humana
Eles não querem vingança
eles só querem justiça
querem punição para os covardes
assassinos de seu bravo Cacique Xicão
distribuídos por 23 aldeias,
permanecem resistindo
após quase 500 anos
de massacres e perseguições
reivindicando nada menos
que o reconhecimento e a demarcação
da terra sagrada que herdaram
de seus ancestrais
"Ele não vai ser enterrado,
ele não vai ser sepultado
Ele vai ser plantado,
para que dele nasçam novos guerreiros"
As autoridades policiais tinham pleno conhecimento
dos atentados e das ameaças
Ainda assim nada fizeram para evitar
mais este crime,
muito conveniente
para os latifundiários da região.
Comenta-se que alguns deles
têm parentesco com certos figurões
da república branca
Entre eles um apelidado pelos federais
de "Cacique Marcão"
"Ele não vai ser enterrado,
ele não vai ser sepultado
Ele vai ser plantado,
para que dele nasçam novos guerreiros,
minha mãe natureza.
Ele vai ser plantado assim como vivia,
debaixo das vossas sombras,
para que de vós nasçam novos guerreiros,
minha mãe natureza, que a nossa luta não pára".
Incrustados em pequenos pedaços de terra espalhados ao longo da Serra do Ororubá, em Pernambuco, vivem remanescentes do grupo indígena dos Xukurus.
No passado, o local de maior concentração de indígenas dessa tribo foi Cimbres. O grupo Xukuru esteve na região desde aproximadamente 1690, formando uma das maiores propriedades indígenas da região e, desde então, por não ter seus limites demarcados, foi motivo de brigas frequentes.
A ldeia teve suas terras invadidas e arrendadas por famílias tradicionais da região, fazendeiros e autoridades que, por acharem que no local já não havia mais tantos índios como antes, começaram a reividicar ao Governo a extinção da reserva Xukuru.
Foi assim que, em 1879, decretou-se oficialmente o fim do Aldeamento de Cimbres, favorecendo os invasores das terras e fazendo com que os Xukurus ficassem vagando ao longo da serra, sendo alvo de perseguições, sem ter uma área definida para reunirem seus remanescentes.
Vivendo hoje espalhadas em aproximadamente 1/2 hectare, apenas 160 famílias desse povo possui terra própria e a maioria se mantém graças à agricultura de substistência, mantida de forma rudimentar. Os indígenas recebem duas vezes por ano a visita de dois médicos e um dentista, mas passam o restante do tempo expostos a gripes e verminoses, contando com o apoio de apenas uma enfermeira e uma farmácia, sob responsabilidade da Funai, que ajudam em casos de emergência e partos. No que diz respeito à educação, a Funai mantém duas salas de aula em duas vilas em que estudam índios de sete a 14 anos, enquanto os outros, fora dessa faixa etária, ficam de fora.
Foi no fim dos anos 1980 que teve início um movimento em favor dos direitos dos Xukurus a fim de que retomassem seu território tradicional, recoupando áreas ocupadas por posseiros. Apoiados por povos indígenas de outros locais, os Xukurus denunciavam a violência, miséria e fome em que viviam graças à invasão de suas terras. Por outro lado, os fazendeiros afirmavam que ali não viviam mais índios "puros", mas caboclos.
Francisco de Assis Araújo, o cacique Xicão Xucuru, foi um dos líderes do movimento. Por ser uma figura expressiva e de fácil apelo para os indígenas, levou os Xukuru a pressionarem a Funai e os órgãos públicos a fim de obter a demarcação das terras a eles destinadas, numa vida de muitas lutas e mortes.
Preocupado em manter e dar novamente significado à identidade cultural da nação Xukuru, Xicão passou a ser jurado de morte graças a sua luta incessante. Assim, no dia 20 de maio de 1998, foi assassinado a mando de fazendeiros da região, mas sua luta continuou por meio da liderança de sua esposa Zenilda e de seus filhos Marquinhos.
20 de maio é hoje data símbolo da luta dos povos indígenas no Nordeste, luta que ainda continua mantendo vivo o pensamento de Xicão Xukuru: "Nós podemos fazer a nossa viagem eterna, mas nossos filhos e netos precisam viver nesta terra, e temos que prepará-los para dar este seguimento."
Mais em: http://www.nacaocultural.pe.gov.br/documentario-xicao-xucuru
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